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sábado, 4 de novembro de 2017
O Evangelho Inútil
O Evangelho Inútil
Por Georges Nogueira
Quando O Espírito Santo de Deus capacitou os discípulos que se reuniam em oração para a festa judaica da colheita, Ele os capacitou para falarem outras línguas. Falando em outras línguas, aqueles homens se puseram a conversar com homens piedosos, vindos de “todas as nações debaixo do céu”.
Naquele momento, o Senhor capacitava seus apóstolos, seus profetas, seus missionários para levar a Boa Nova do Evangelho a todo o mundo. Imediatamente, Pedro começou uma exposição do Evangelho para aqueles judeus que lá estavam, vindos dos lugares mais remotos. Pedro explicou a esses judeus que Deus havia feito daquele mesmo Jesus a quem eles haviam crucificado “o Senhor e Cristo”. Como a Palavra de Deus nunca volta vazia, muitos se interessaram e, tendo questionado sobre o que deveriam fazer, obtiveram de pronto a resposta de Pedro: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”.
A Palavra de Deus nos revela que naquele dia quase três mil foram batizados, dentre os que “aceitaram a palavra” de Pedro. (At 2.1-41). Essa é a narrativa do Espírito de Deus agindo no homem para levar outros homens perdidos a Deus.
Sou um pentecostal. Essa narrativa deveria ser o relato quotidiano do que acontece em minha Igreja. Mas não é o que vejo. Recapitulando para efeito de comparação:
Na Igreja de Atos:
1 – O Espírito Santo capacitou os discípulos a falarem em outras línguas, para que pudessem alcançar os homens de todas as nações;
2 – Um dos discípulos se colocou prontamente a expor a boa nova do Evangelho do Cristo;
3 – Esse mesmo discípulo lembrou aos ouvintes de sua depravação total;
4 – O apóstolo exortou os ouvintes ao arrependimento, e convidou-os a que se batizassem em nome de Jesus Cristo.
5 – Quase três mil foram batizados naquele mesmo dia, sendo salvos da condenação eterna, transformados e libertos pelo precioso sangue vertido na cruz do calvário.
Na igreja de hoje:
1 – O “ispírito santu” capacita os cristãos a, pulando e gritando, falarem em línguas que talvez possam alcançar os extra-terrestres, porque em nenhum lugar do planeta terra existe um idioma em que “Olambashuria” ou “balabacanta” signifiquem alguma coisa;
2 – Na sequência, um pastor se coloca a prontamente a expor as maravilhosas bênçãos financeiras que o “deus do ouro e da prata” tem para oferecer a todo aquele que semeia uma oferta generosa;
3 – O pastor, ou bispo, ou apóstolo, ou patriarca, ou deputado-empresário, exorta os ouvintes ao arrependimento, lembrando-lhes sempre do capítulo três de Malaquias, instando aos ouvintes para que deixem de roubar o dízimo do senhor;
4 – Este mesmo líder amado do item acima conclama aos ouvintes para que recebam a “unção poderosa requentada na fogueira santa do monte Sinai e resfriada com a água sagrada do Jordão na fé dos trezentos e dezoito do balacobaco poderoso para o desencapetamento total derrubando os gigantes no poder do código do líder”. Distribui os carnês para que cada ouvinte se torne “Parceiro ministerial de deus no módulo gold platinum plus hyper mega magamalabares gideão góspel da muléstia vip cinco estrelas master”. Você pode pagar a mensalidade com o cartão de crédito da Igreja, e com isso ganhar cinco por cento de desconto na mensalidade da TV por assinatura da igreja.
5 – Pelo menos cinco mil devem contribuir com uma semente de seiscentos e dez naquele dia, e outros mil e quinhentos com a semente de mil para que se resgate um milhão de almas do purgatório do Serasa (acho que é isso mesmo).
Como consequência dos eventos narrados em Atos, temos uma Igreja que é descrita da seguinte maneira:
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (At 2.42-47).
Como consequência dos eventos comuns nos “cultos” de hoje, temos uma “igreja” que é descrita da seguinte maneira:
E perseveram na idolatria aos “líderes”, e na ignorância, sendo utilizados como massa de manobra por políticos inescrupulosos, financiando aviões e todo tipo de conforto para sujeitos que se autodenominam “apóstolos ou bispos e bispas ou patriarcas”. Em cada alma há temor do devorador, e por isso mantêm seus carnês em dia, e muitos prodígios de gente caindo no chão, conversando com anjos imaginários e falando em línguas que não existem são feitos por intermédio dos paipóstolos. Todos os que crêem vão ao encontro, mas não têm nada em comum, porque tem sempre um mais santo do que o outro, dependendo do prestígio de sua profissão, do status do sobrenome de sua família ou da proximidade que mantém com o seu “líder” ou com a família deste. Alguns vendem suas propriedades e bens, doando tudo para a “igreja” para depois entrarem na justiça porque sua doação não foi multiplicada por cem. Ninguém dá a mínima para o “irmão” que passa por alguma necessidade, por que se o “deus do ouro e da prata” não o abençoou, é porque ele deve estar vivendo em pecado. Mensalmente, lotando a igreja sempre nos cultos de ceia, perseveram “thuthucos” e “thuthucas” no templo, aqueles sempre de olho nas pernas e nos decotes das últimas, porque ninguém mais precisa se vestir com decência que isso é coisa de gente antiga e não faz parte dos “projetos do coração de deus”, e esta nova geração é livre para fazer o que quiser naquele que primeiro nos amou. Partem o pão na casa dos mais abastados, e tomam as refeições uns dos outros, se empurrando, se atropelando e se acotovelando nas filas de cada jantar promovido pela “igreja”, porque todo mundo sabe que “crente adora um arroz e uma coca-cola”, e porque cada um se acha superior aos outros na hora de “pegar o rango”, uns porque são obreiros, outros porque são da família do pastor, outros porque têm vinte anos naquela igreja, e outros simplesmente porque sabem que quem chega por último “pega resto”, louvando sempre ao “deus do ouro e da prata”, Jeová girê, e contando com a antipatia de toda a sociedade por sua arrogância, por sua pretensa superioridade, por sua gritaria inútil, por sua hipocrisia e porque simplesmente não transparecem nenhuma das qualidades do Cristo ressuscitado em seu caráter. Enquanto isso, acrescenta-lhes o sinhozinho, dia a dia, os que vão sendo enganados.
Que Deus tenha misericórdia de nós. Que possamos nos livrar de todo o engano e voltar ao culto saudável e cristocêntrico que tem o poder de converter e salvar almas
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Pois é, quando falo que isso não é ser pentecostal na denominação que congrego, "eles" riem de mim achando que estou querendo tradicionalizar a congregação, que DEUS tenha misericordia de nós.
ResponderExcluirTenho uma sugestão... Teria como tirar a imagem do plano de fundo do texto? Os conteúdos são ótimos, porém essas imagens dificultam a leitura... Melhor deixar limpo, sem imagem de fundo.
ResponderExcluirPaz...