quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O BEM ESTAR DO MEU EGO TEM SABOR DE MEL

Texto do Irmao Peter Erick de Oliveira
Revisão ortográfica do irmão Plabyo Geanine
O BEM ESTAR DO MEU EGO TEM SABOR DE MEL

Entre os anos de 2007 e 2008, uma canção interpretada pela paranaense Damares fazia sucesso nas rádios e era muito cantada em igrejas por grupos de irmãs e adolescentes. Sabor de mel foi a canção que levou a referida cantora a ganhar grande notoriedade no meio pentecostal e até mesmo no cenário secular. Entretanto, assim como a maioria das músicas produzidas pelo pentecostalismo tupiniquim, essa também tem um grave problema em sua letra.
A canção começa até bem ao dizer: "o agir de Deus é lindo, na vida de quem é fiel, no começo tem provas amargas, mas o fim tem o sabor de mel [...]", contudo vemos que a letra caminha para o que a maioria das canções pentecostais enfatizam: a exaltação humana.
Não são poucas as vezes que encontramos pronomes de segunda pessoa e frases que massageiam o ego humano, tais como: "você tem cara de vencedor", "Deus vai cumprir tudo o que tem te prometido", "você vai ver a mão de Deus te exaltar". E Deus nessa história, como fica? Em segundo plano.
Vejamos a letra:
"O agir de Deus é lindo
Na vida de quem é fiel
No começo tem provas amargas
Mas no fim tem o sabor do mel
Eu nunca vi um escolhido sem resposta
Porque em tudo Deus lhe mostra uma solução
Até nas cinzas ele clama e Deus atende
Lhe protege, lhe defende
Com as suas fortes mãos
Você é um escolhido
E a tua história não acaba aqui
Você pode estar chorando agora
Mas amanhã você irá sorrir
Deus vai te levantar das cinzas e do pó
Deus vai cumprir tudo que tem te prometido
Você vai ver a mão de Deus te exaltar
Quem te ver há de falar
Ele é mesmo o escolhido
Vão dizer que você nasceu pra vencer
Que já sabiam porque você
Tinha mesmo cara de vencedor
E que se Deus quer agir
Ninguém pode impedir
Então você verá cumprir cada palavra
Que o Senhor falou
Quem te viu passar na prova
E não te ajudou
Quando ver você na benção
Vão se arrepender
Vai estar entre a plateia
E você no palco
Vai olhar e ver
Jesus brilhando em você
Quem sabe no teu pensamento
Você vai dizer
Meu Deus, como vale a pena
A gente ser fiel
Na verdade a minha prova
Tinha um gosto amargo
Mas minha vitória hoje
Tem sabor de mel
Tem sabor de mel
Tem sabor de mel
A minha vitória hoje
Tem sabor de mel"
É nítido que a canção exalta o homem. Porém, o pior, é que isso inclui a vingança e o gosto (para não dizer sarcasmo) de "esfregar na cara" de alguém a vitória alcançada. Há quem diga que Sabor de Mel é o "hino da vingança", todavia o contexto não faz jus a esse título. É claro que é compreensível que muitos digam isso tendo em vista trechos como: "quem te viu passar na prova e não te ajudou, quando ver você não bênção vai se arrepender, vai estar entre a plateia e você no palco, vai olhar e ver Jesus olhando em você". O início realmente transmite o sentimento de "dar o troco” a alguém. Ora, sabemos que isso não está de acordo com os ensinamentos cristãos. Basta olharmos para os evangelhos para chegarmos a essa conclusão. Se alguém nos fez o mal devemos orar por tal pessoa, não querer esfregar na cara a vitória ou coisa parecida. Apesar disso, quero esclarecer que o problema não é falar de vitórias ou dizer que Deus abençoa o homem. A harpa Cristã, hinário pentecostal, possui muitas canções que falam sobre bênçãos; no entanto essas sempre glorificam somente a Cristo. Nunca o foco é a glória para o homem, mas sim, para Deus. Logo, o erro não é falar do homem e de suas bênçãos, mas colocá-lo em uma posição na qual o Criador deveria estar.
Que os compositores pentecostais escrevam letras que venham dar a honra e a glória somente para quem as merece: o Santo Deus Trino. Amém!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Por que o calvinismo é impossível? (Em referência a Romanos 9)

Por que o calvinismo é impossível?  (Em referência a Romanos 9)

Por Roger Olson
TraduçãoIrmão Miqueias

Revisão:Irmao Thiago Fidelis
Esta é uma conversa que tive com um grupo de excelentes alunos na Universidade de Samford, no dia 07 de Outubro de 2015, parte de uma das palestras que eu ministrei lá naquela semana. Postarei sobre as outras palestras da série semana que vem.

Por que o  calvinismo é impossível?
Em uma de suas pregações contra o calvinismo, John Wesley, o fundador da Igreja Metodista, falou algo que ficou muito conhecido sobre a interpretação calvinista de Romanos 9: “Não importa o que pareça, certamente não é aquilo.” Eu acho que muitas pessoas, especialmente os calvinistas devotos, que acreditam na chamada “dupla predestinação” não entendem corretamente o que foi dito por Wesley. Eu cheguei a ouvir deles que Wesley e eu simplesmente agregamos pressupostos teológicos e filosóficos à Bíblia, que predetermina o que pode ser entendido dela. Há uma pequena verdade nesta crítica, contudo eu gostaria de trazer a memória dos meus críticos calvinistas (e os de Wesley) que o influente teólogo reformado Charles Hodge, em seu muito influente volume de Teologia Sistemática, publicado por volta de 1870 – no qual muito da Teologia Sistemática calvinista contemporânea está apoiada – afirmou que certas prioridades são necessárias como princípios de bom senso que alguém tem que ter para começar a interpretar a Bíblia e a Teologia. Um destes princípios é: Deus não faz nada errado. No contexto de sua declaração, que podemos achar nos primeiros capítulos do volume I de sua Teologia Sistemática, está claro que ele quer dizer que devemos pressupor que Deus não consegue fazer aquilo que é moralmente errado. Ele não quis dizer, como alguns nominalistas-voluntaristas – a exemplo do teólogo medieval Duns Scotus, “o sutil doutor” – que tudo o que Deus fizer automaticamente se torna certo apenas porque Deus o faz. Em vez disso, ele estava baseando sua reivindicação precondicionada sobre o “senso comum realista escocês”, no qual há certas ideias universais que somente pessoas loucas negariam, como a existência de outras mentes.
Eu levo mais longe o pensamento de Wesley e afirmo que, além de Romanos 9 não significar "dupla predestinação", Deus, desde toda a eternidade, não preordenou certas pessoas para serem condenadas ao inferno [para a Sua glória] e tornou certo que elas seriam amaldiçoadas, mas que a doutrina calvinista é logicamente impossível, no sentido de ser auto-referencialmente refutável.
Por “impossível” eu não quero dizer que, “não existe”. Mas quero dizer que “existe, porém não funciona.” E por “não funciona” eu digo “não consegue ser crido consistentemente e coerentemente.” Crer nela debilita o próprio crer nela. Sendo então breve, meu argumento é que, ao crer que a Bíblia é a Palavra de Deus, o pressuposto é que Deus é confiável e que Deus não é enganador. Isto nos leva a crer que Deus tem um caráter estável, duradouro e eterno. Ele é “bom” de uma forma análoga às nossas mais altas intuições de “bondade” - independentemente de qual seja sua origem.
Coloquemos então de outra maneira: a negativa. Se alguém acredita que a bondade de Deus não é como a nossa melhor intuição de bom, mas possivelmente compatível a qualquer coisa capaz de ser colocada em palavras, então não há nenhuma boa razão em confiar n’Ele. Confiar em uma pessoa, até mesmo em Deus, necessariamente requer que acreditemos que a pessoa é boa, e acreditar que a pessoa é boa requer que tenhamos uma amostra de sua bondade, e não que “bom” é meramente uma palavra para algo totalmente fora de compreensão.
Coloquemos então em termos técnicos: se “bom”, aplicado a descrever Deus, é equivocado e nem mesmo é análogo ao caráter divino, logo é inútil para descrever Deus. Se “Deus é bom” é mudado para “mas a sua bondade é completamente diferente da nossa” (significando nosso maior grau de intuição e ideias de bondade), então é insignificante.
Nem todos calvinistas falam que a bondade de Deus é completamente diferente da nossa. Por exemplo, Paul Helm, no seu livro “A Providência de Deus”, fala que a “bondade” atribuída a Deus não pode ser totalmente diferente da bondade atribuída ao homem (mesmo sendo um ideal impossível). Infelizmente ele, creio eu, não segue isso de uma forma consistente, mas enfraquece sua lógica pela tentativa de combinar a afirmação da bondade essencial de Deus com a crença na dupla predestinação.
Eu defendo que a crença na dupla predestinação é logicamente incompatível com a afirmação de que Deus é bom, a menos que seja tirado todo o significado de “bom”, reduzindo-o a uma palavra inútil, algo que não conhecemos.
Mas, se Deus não é bom, de uma forma análoga às nossas intuições mais altas e melhores de "bondade", não há nenhuma razão para confiar na Bíblia. E, se não há nenhuma razão para confiar na Bíblia (porque Deus, que não pode ser bom em qualquer forma que faz sentido para nós), então não há nenhum motivo claro para uma intensa exegese bíblica. Na verdade, Deus estaria nos enganando!
Todo cristão piedoso que conheci ou de quem ouvi falar, lê a Bíblia e a estuda (incluindo exegese) convicto de que a Bíblia é verdadeira (mesmo se não estritamente inerrante), e ela não identifica erroneamente Deus e a vontade de Deus para nós. Isto posto, devemos ter em mente que Deus, o autor da Bíblia (mente inspiradora dos autores humanos) é bom, e é por isso que ele é digno de confiança e não é enganador. Mas a crença de que Deus “projeta, predetermina e governa” o inferno para os réprobos, que são incondicionalmente escolhidos por Deus para irem ao inferno para Sua glória, sem levar em conta quaisquer escolhas verdadeiramente livres que fazem, debilita a crença na bondade de Deus. É igualmente irracional a crença de que Deus “passa por cima” de alguns que ele facilmente poderia salvar (porque a eleição para salvação é incondicional e a graça que salva, irresistível), condenando-os ao inferno para Sua glória.
Não há comportamento humano concebível que poderíamos chamar de "bom", partindo da lógica calvinista. O próprio conceito de "bom" exclui tal comportamento. Sequer deveríamos citar a bondade de Jesus no Novo Testamento, que nos manda amar nossos inimigos e fazer bem a eles.
Então o que quero dizer é que claramente existe uma contradição entre dois credos dos calvinistas: I) A Bíblia é inerrante e incondicionalmente confiável
                   II) Deus, seu Autor, não é bom em qualquer sentido significativo para nós
O credo “I” pressupõe que Deus é bom de uma forma significante para nós, comparável às nossas mais altas e melhores intuições de bondade. O credo “II” (necessariamente implicado pela dupla predestinação) esvazia o credo “I”.
Portanto, qualquer exegese da bíblia que retrata Deus como não sendo bom, do qual o hiper-calvinismo (formado pelos que creditam na dupla predestinação) inexoravelmente faz, não pode ser acreditada, porque auto-referencialmente se volta contra a razão de acreditar na Bíblia. Finalmente, para sermos coerentes, devemos escolher entre acreditar na Bíblia como sendo a Palavra de Deus e acreditar na dupla predestinação.
Concluo reafirmando a crítica wesleyana à exegese calvinista de Romanos 9: “Não importe o que pareça, certamente não é aquilo.”

Fonte: http://www.patheos.com/blogs/rogereolson/





sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Carta aos irmãos Pentecostais

Carta aos irmãos Pentecostais


Lutando pelo equilíbrio e pela ética na Igreja.

A Graça e a Paz do Nosso Deus sejam com todos os irmãos em Cristo Jesus.

Sabendo que estamos nos últimos dias da Igreja de Jesus nesta terra, preocupa-me o rumo que muitas igrejas tidas por evangélicas estão tomando, principalmente as conhecidas por pentecostais.

Um fato que traz luz ao assunto é que o cristianismo brasileiro, infelizmente, tem sido fortemente influenciado pelos Estados Unidos da América; por isso, muitas heresias, falsos ensinos e falsas manifestações foram bem acolhidas por diversas igrejas neste nosso país, tais como: cair (supostamente) no Espírito (um verdadeiro cai-cai), imitações de animais (galinhas, vacas, macacos, lagartixas, cachorros etc.), gritos frenéticos, volume do som ao máximo, pulos, socos nos ares, rodopios, gargalhada sagrada, são alguns exemplos que posso citar de tal importação americana.

Culto pentecostal virou sinônimo de barulho e bagunça. Para onde vão com tantas gritarias? Tudo isso - e ainda muitos outros modismos - sendo feitos em nome do Espirito Santo. Porém, pergunto: isso é cristianismo? Isso é culto a Deus? Eu vos digo que não! Apesar de ser muito difundido por igrejas e pregadores pentecostais da atualidade, isso não tem nada a ver com ser pentecostal, tampouco com o cristianismo bíblico. Isso não passa de confusão e afastamento das Escrituras (2 Ts 2.3).

Esse tipo de culto tem distanciado muitos incrédulos, ao invés de atrai-los. Tem somente causado escândalos, visto que muitos acabam blasfemando o Nome do Senhor por causa de tais atos (Rm 2.24). O culto a Deus, segundo as Escrituras, deve ser com profunda reverência; deve haver decência e ordem (1 Co14.40), além de domínio próprio (1 Co 14.32; Gl 5.22).

Em Romanos 12.2, o Apóstolo Paulo ainda diz que o nosso culto a Deus deve ser prestado de forma racional, i.e., dentro do domínio e controle da nossa razão, como pessoas criadas à imagem de Deus. Com isso, não podemos nos descontrolar, caindo à toa, pulando, gritando em tons ensurdecedores, rodopiando, imitando animais. Outros, ainda, inventam unções antibíblicas: a do leão, da metralhadora, do treme-treme, do cortador de cana, da loucura de Jeová.

Onde isso irá parar? Essas coisas se mostram bastante perigosas; parece-me que a simplicidade do Evangelho não é suficiente (2 Co 11.3).

Geralmente, os que tentam defender manifestações esotéricas e estranhas baseiam-se em experiências pessoais, contudo se esquecem de que tais experiências não são base para se formar uma doutrina, pois elas são particulares; o que aconteceu com um não deve, necessariamente, acontecer com toda a igreja. Não é porque o apostolo Paulo foi ao terceiro céu que Deus deva dar esta experiência a todos. Por outro lado, a doutrina bíblica é universal; essa sim é para todo o povo de Deus, sem exceção.

O que vemos hoje, em nosso meio, é um desequilíbrio emocional; as emoções estão em alta, e tornam-se a base fundamental para que se creia em algo. Basta sentir e pronto, é de Deus. Aliás, hoje, no culto, tudo é aceito como sendo de Deus; ninguém pode falar nada e muito menos contestar alguma coisa. No entanto, na verdade, o culto que chamam hoje de pentecostal, não passa de uma bagunça e baderna.

Isso acontece por quê? Eis a resposta: estão faltando pregações que exponham a Palavra, estão em falta sermões Cristocêntricos; o que vemos são shows e entretenimento nas igrejas.

“Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências” (2 Tm 4.3). Isso nos mostra o quanto há de igrejas infantis na fé, e toda criança na fé deve ser educada teologicamente para que cresça (2 Pe 3.18). A Igreja pentecostal deve ser educada!

Em nosso meio, se o pregador não grita demais, não lança profecias e revelações, não faz barulho e pula no púlpito, ele não presta. Se não fizer parte dos famosos pregadores “de fogo”, não tem nenhuma serventia.

Ainda vemos, em algumas igrejas tidas por pentecostais, uma falta de bom senso. Não tem hora para encerrar o culto! Não se importam com os vizinhos ou mesmo com a lei da perturbação de sossego. Isso é antiético!

Além disso, será que tais pessoas não sabem os danos que o som em excesso pode causar à saúde dos ouvidos? Já presenciei casais indo embora antes de terminar o culto, devido ao som estrondoso, e por estar com criança de colo. Eu os apoio! Muitas vezes, tais igrejas não possuem nem tamanho, é um espaço pequeno, porém o som é ensurdecedor.

Alguns podem dizer: mas, e os ímpios, não ultrapassam também às 22h00? Não abusam do som? É claro que sim. Todavia devemos nós agir da mesma forma? Devemos pagar o mal com o mal (Rm 12.17)? É preciso responder tais questões? Acho que não. Devemos atrair pela diferença e não pela igualdade.

Muitos dos pentecostais estão com uma visão estranha e antibíblica do Evangelho; vivem em um “tô nem aí”. Pelas extravagâncias, acabam incomodando os vizinhos; som alto demais, barulhos, gritos. São antiéticos, antissociais, e depois ainda dizem que é o inimigo que está se levantando.

Falo isso porque o zelo pela casa do Senhor me consome (João 2.17). Sei que poderei causar incômodo a alguns, pois, infelizmente, estão adaptados e acostumados a esse tipo de culto e de Evangelho. Cresceram ouvindo que “pentecostal que não faz barulho está com defeito de fabricação”. Isso é lamentável.

Se alguém se acha espiritual, espero que veja que falo segundo as Escrituras. Se não houver quem discirna e julgue estas coisas entre vós (1 Co 6.5), que esta carta chegue às mãos dos líderes.
Não falo isso com alegria, mas com muita tristeza. E ainda que esta carta não tenha influência nenhuma, não obtenha crédito algum, a minha parte eu fiz, “quer ouçam, quer deixem de ouvir” (Ez 2.7). Porque, a mim, foi posta esta obrigação; e ai de mim se não pregar o Evangelho! (1 Co 9.16).

Com muito carinho.

Por Diácono Luiz
Igreja Assembléia de Deus Ipiranga
Itapevi – São Paulo
Bacharelando em Teologia

Formando em Apologética Cristã

Revisão textual: Plabyo Geanine

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Alguma vez o amor obriga? Minha resposta à O não controlado amor de Deus, de thomas jay oord

Alguma vez o amor obriga? Minha resposta à O não controlado amor de Deus, de thomas jay oord
Tradução: Marcia Elias
Revisao de texto: Plabyo Geanine Nunes de Oliveira

O título e informação de publicação do livro é: O Descontrolado Amor de Deus: Uma Exposição da Providência Aberta e Relacional, por Thomas Jay Oord (InterVarsity Press, 2015).
O título deste post é minha resposta porque, em seu livro, Oord menciona especificamente meu nome como alguém de quem ele discorda. Desejo que os leitores tenham isso em mente quando eu discordar de Oord. Não levo a divergência que ele tem comigo como uma questão pessoal, nem considero que ele esteja tentando causar dano à minha carreira e reputação; quando eu discordar dele, também não estou tentando prejudica-lo. Espero que Oord não considere minha posição como uma ofensa. Infelizmente, tudo isso tem de ser dito por causa de dois fatos:
1) no ambiente teológico evangélico de hoje é difícil separar divergência de caça à heresia, e:
2) discordar é frequentemente confundido com um ataque à inteligência ou perspicácia de alguém.
Eu conheço Oord e o considero um teólogo sério, inteligente e comprometido com a Bíblia. O fato de discordar dele não quer dizer que eu não o estime. Tenho certeza de que ele diria o mesmo a meu respeito se eu o perguntasse sobre a divergência que tem comigo.
O livro de Oord, O Descontrolado Amor de Deus, representa a tentativa que ele faz para articular uma nova interpretação cristã a respeito da providência de Deus. Quando resume sua posição, que ele rotula como Deus é essencialmente kenótico, Oord diz: “eu acho esse modelo de providência mais convincente. Na verdade, eu o criei [...]” (pág. 94). Então, o que é o novo modelo de providência de Deus segundo Oord? Eis aqui em poucas palavras: “o modelo de Deus, como essencialmente kenótico, significa que a eterna natureza de Deus é amor não controlado. Por causa do amor, Deus necessariamente oferece liberdade/agência às criaturas, e Deus age delegando e inspirando a criação com vistas ao bem-estar. Deus também necessariamente mantém as leis do universo porque elas derivam da eterna natureza do amor Dele. A aleatoriedade no mundo e o livre-arbítrio são reais, e Deus não é um ditador que misteriosamente puxa as cordas. Deus nunca controla os homens.  No entanto, às vezes, Deus age misteriosamente, de formas não coercitivas. Providencialmente, Ele guia e chama toda a criação para o amor e beleza” (pág. 9; grifo meu).
Este breve resumo do ponto de vista de Oord a respeito da providência de Deus aparece no capítulo 4 do livro Modelos da Providência de Deus, no qual o autor também me menciona como um defensor de um modelo de providência que ele denomina como “Deus capacita e sobrepuja”. Ele afirma que esse é o ponto de vista mais comum a respeito da providência de Deus entre “a média” dos crentes (pág. 86). Deve-se perguntar o que média significa nessa declaração. Está ele desse modo sugerindo que há uma porcentagem de crentes – seja lá o que isso significa – com outros pontos de vista? É apenas uma palavra, entretanto seu uso levanta perguntas desnecessárias. Acho que seria melhor dizer que é o ponto de vista mais comum entre os cristãos, o que deve ser o caso, provavelmente.
Então, qual é o ponto de vista que Oord atribui a mim – juntamente com Alvin Plantinga? Aqui está o parágrafo onde Oord especificamente me menciona: “Roger Olson [...] recorre à noção de que Deus permite o mal sem desejá-lo. Nada pode acontecer sem que Deus permita, afirma Olson, porém isso não é o mesmo que dizer que ele causa ou deixa determinado todas as coisas, e certamente não o mal, o pecado ou o sofrimento do inocente” (pág. 87). A fonte dessas citações é: O que há de errado com o Calvinismo?, que postei aqui em 22 de Março de 2013.
Agora, perceba, por favor, que nessa seção do Capítulo 4, Oord coloca a mim e meu ponto de vista junto com o de outras pessoas, como Marc Speed, Jack Cottrell e Alvin Plantinga. Nós quatro somos exemplos escolhidos por Oord do modelo que ele chama de “Deus capacita e sobrepuja”. Estou seguro de que minha opinião não é exatamente a mesma que a deles e, em alguns pontos, é até inconsistente. Sei, por exemplo, que não concordo com a opinião de Cottrell. Usei o livro dele, O que a Bíblia fala a respeito de Deus o Governante (Wipf & Stock, 2000), como texto em um seminário sobre providência divina e o problema do mal (entre outros). Aqui não vou detalhar nossas diferenças, mas apenas registrar que o ponto de vista de Cottrell e o meu, a respeito da providência divina, não são os mesmos. Se eles são semelhantes o suficiente para ser colocados em uma simples categoria é discutível. Não comentarei isso aqui.
Cito isso somente porque ao classificar a posição de Oord junto com a teologia do processo, não estou sugerindo que ele concorda com todos os pontos dessa teologia, ou com qualquer processo em particular das opiniões de teólogos sobre a providência de Deus. Se é justo para Oord colocar minha opinião sobre a providência de Deus na mesma categoria de Cottrell e Plantinga, então é justo eu o colocar na mesma categoria da teologia do processo, sem sugerir que ambos são completamente idênticos. Apenas significa que, em certos pontos cruciais, eles são semelhantes o suficiente para pertencerem à mesma categoria.
Por último, no final do capítulo onde apareço junto com Cottrell e Plantinga, Oord critica meu ponto de vista, e o deles, porquanto os vê como um modelo, reclamando que sofrem de “inconsistência explanatória” (pág. 88). Eis o resumo da crítica dele: “embora esse modelo permita a seus defensores dizer que Deus não é a fonte do mal, o entendimento a respeito do poder divino O torna responsável por fracassar em prevenir o mal genuíno. Se Ele é capaz de controlar tudo, mas falha em prevenir o mal, é difícil crer que Ele ama perfeitamente. Deus permanece culpável” (pág. 89). É claro que eu já havia visto essa crítica antes – a maioria, na verdade, exclusivamente (o quanto posso me lembrar), de teólogos da teologia do processo.
De acordo com Oord, o seguinte modelo, que ele denomina de “Deus é voluntariamente autolimitado”, sofre a mesma falha. Os dois protótipos desse são de John Polkinghorne e Philip Clayton. A diferença entre esse e o modelo “Deus capacita e sobrepuja”, parece repousar, primariamente, em se Deus, alguma vez, intervém para alterar o livre arbítrio das pessoas e fazer algo acontecer coercitivamente, que de outra forma não aconteceria. Em outras palavras, é a questão da intervenção divina. Após expressar uma grande apreciação com esse modelo, Oord finalmente o acha defeituoso para que ele o aceite, e a razão resulta da mesma (como no modelo “Deus capacita e sobrepuja”): “Sustentando um Deus capaz de controlar, embora permita o mal com várias perguntas sem respostas” (pág. 94).
Em todo O Descontrolado Amor de Deus, estão algumas declarações muito surpreendentes. Uma aparece na crítica de Oord ao modelo que ele atribui a Polkinghorne e Clayton: “acho difícil, senão impossível, obedecer de boa-fé (muito menos adorar) um Deus que, para manter uma promessa, permite o mal” (pág. 93). Oord concorda com João Calvino em não haver nenhuma distinção entre a vontade de Deus e permissão de Deus (pág. 92). É claro, ele discorda de Calvino sobre outras coisas. A promessa de Deus que Oord rejeita é não interferir com o livre arbítrio, embora Ele pudesse.
Um teólogo-filósofo evangélico que Oord não menciona, mas deveria, é Michael Peterson. Eu o mencionei aqui antes, e recomendei fortemente o seu livro O Mal e o Deus Cristão (Baker, 1982). Peterson é um companheiro Wesleyano com Oord (ao menos em suas tradições eclesiásticas e teológicas). Ele lecionou por muitos anos na Faculdade Asbury; Oord leciona em uma universidade Nazarena. O projeto de Peterson em seu livro é responder aos desafios de Oord, de que um Deus de amor deve intervir poderosamente para frear o mal e o sofrimento do inocente, se ele tem o poder de fazê-lo. Peterson fornece explicações de consistência suficiente para dissipar a queixa de Oord a respeito dos dois modelos mencionados acima. Peterson explica que um Deus de perfeito amor e com poder absoluto, não pode dar às criaturas verdadeiro livre arbítrio libertário e intervir para impedir todos os abusos desse livre arbítrio. Em outras palavras, à luz das explicações de Peterson (e de outros) a respeito dos modelos que fazem distinção entre a vontade e permissão de Deus, a crítica de Oord não se sustenta. Dado o fato de que a vontade de Deus é que suas criaturas humanas tenham suficiente e genuíno livre arbítrio, para obedecer ou desobedecer a Ele livremente, e mais a verdade da queda da humanidade e da criação em corrupção pelo mal-uso desse livre arbítrio, Deus, perfeitamente em amor e competência, não pode simplesmente prevenir, inclusive, os abusos gratuitos do livre arbítrio (ou desastres naturais), sem que destrua todo o projeto.

Eu realmente gostaria que Oord tivesse lido e respondido ao argumento de Peterson em O Mal e o Deus Cristão (ou ao semelhante argumento de Greg Boyd’s em Deus é Culpado?). Creio que eles satisfatoriamente desfazem a crítica de inconsistência explanatória.
Apresento, agora, minha divergência com o próprio modelo de Oord da providência como kenosis essencial – de que amor perfeito, incluindo o amor de Deus (que deve ser o único amor perfeito) – nunca coage ninguém ou qualquer situação.
Meu próprio método teológico, como expliquei aqui inúmeras vezes (assim como em O Mosaico da Fé Cristã) é uma versão ao que é atribuído à John Wesley pelo estudioso Albert Outler: o tão denominado Quadrilátero Wesleyano. Sendo uma proposta teológica, deve ser testada (nessa ordem): Escritura, tradição, razão e experiência.
Então, o que é exatamente o modelo de Oord? Ao invés de explicar isso aqui em detalhe, e ao invés de citar mais do livro, focarei no que considero ser a questão principal que ele levanta e tenta responder. De acordo com Oord, do que entendo do propósito dele (é claro que estou aberto a correções), Deus nunca atua para fazer algo acontecer de forma que não aconteceria sem o consentimento, ou mesmo esperada cooperação, das criaturas envolvidas. Em outras palavras, Deus não faz nada sem o consentimento humano; Ele precisa que o homem concorde, ou até mesmo coopere, para que Ele possa agir. Assumidamente, essas são minhas palavras em uma tentativa de resumir a essência da proposta de Oord, na medida que contrasta com outros modelos da providência de Deus agindo no mundo. Acho que é a mais polêmica afirmação que ele faz.
Duas palavras com c aparecem frequentemente no livro de Oord: controlar e coagir. Ele argumenta, com frequência, que esses tipos de atividades são inconsistentes com amor verdadeiro, como forma da própria essência de Deus. Assim, porque ele é perfeito amor, Deus não pode intervir no mundo fazendo com que as coisas aconteçam sem a permissão e cooperação das criaturas. A limitação do poder de Deus, então, não é voluntária; é essencial, dado a natureza de amor que ele tem.
Muitas coisas vêm à minha mente. É importante dizer, primeiramente, que Oord, ao contrário de muitos teólogos do processo, acredita na Bíblia. Se ele interpreta a Bíblia corretamente é outra questão.
Eis a minha primeira pergunta: é necessariamente verdadeiro que o amor nunca controla ou coage o amado? Eu questiono essa premissa. Posso pensar em inúmeros exemplos nos quais o verdadeiro e perfeito amor iria controlar, se o pudesse, e até coagir o amado. Eu concordo que o amor sequer controla exaustivamente o amado, mas eu duvido, até nego, que o amor nunca interfere, unilateralmente, para controlar ou coagir o amado. Imagine um cônjuge suicida, o qual, em uma viagem de navio ao Caribe, demonstra vontade de se lançar ao mar. Quem questionaria o amor do cônjuge que impediria isso sem o consentimento ou cooperação do suicida?
Tendo dito isso, a fim de prevenir que isso se levante contra mim, devo dizer que também existem circunstâncias onde o amor não controlaria ou coagiria o amado. Eu não acho, por exemplo, que seria amável um cônjuge trancar o companheiro no porão para evitar que ele ou ela abandonasse o casamento – quaisquer que sejam as razões.
Tudo que estou dizendo, ao contrário da pressuposição de Oord, é que certamente existem possíveis circunstâncias, que todos podemos imaginar, onde o amor verdadeiro intervém, unilateralmente, para controlar o amado, sem o consentimento dele ou dela. Então eu me afasto de Oord no início, no nível da pressuposição.
Minha segunda pergunta é: o Deus da Bíblia no qual Oord acredita (tanto em Deus e na Bíblia como Sua Palavra inspirada) alguma vez interviu, interferiu, poderosamente e unilateralmente, sem o consentimento das pessoas, para controla-las, a fim de fazer algo acontecer a ele ou ela, que de outra forma não teria acontecido? Oord acredita que não. O seu capítulo final é Milagres e o Deus da Providência. Deixo claro que Oord acredita em milagres. O que ele nega é que qualquer milagre de Deus foi ou seja unilateral, controlado e coercitivo. Vejamos dois dos maiores milagres na narrativa bíblica – dois que Oord acredita que aconteceram: o êxodo e a ressurreição de Jesus. Oord acredita, e tenta explicar, tanto o consentimento como a participação das pessoas envolvidas. Em nenhum dos casos Deus agiu sem algum grau de cooperação das coisas ou pessoas afetadas, declara ele.
É aqui que, francamente, considero as explicações dele tortuosas. Na verdade, elas se tornam tão extravagantes e obscuras que eu não as imagino como verdadeiras. Por exemplo, no êxodo de Israel do Egito, Oord sugere que Deus conhecia de antemão o vento que separaria as águas do Mar Vermelho; assim sendo, enviou Moisés para liderar o povo Hebreu até aquele local, justamente na hora certa de caminhar através do Mar em terra seca. Alguém pode perguntar: com que frequência esse fenômeno aconteceu? Por exemplo, no caso do corpo de Jesus ressuscitado, Deus o fez viver novamente para nova vida, vida imortal, com o consentimento do próprio Jesus. Sendo verdade, suponho que alguém pode argumentar e crer, mas ainda deve-se questionar sobre todas as outras circunstâncias ao redor e incluídas no evento da ressurreição. Mas nos atentemos à outra ressurreição: a de Lázaro. Jesus obteve o consentimento de Lázaro antes de ressuscitá-lo? Em determinado ponto, Oord menciona que o consentimento de alguém pode ocasionalmente substituir o consentimento da pessoa diretamente afetada pelo ato divino (quando o consentimento delas é impossível). Aqui parece ser o caso. Contudo isso é consistente com toda a tese de Oord? E se Lázaro não quisesse ser ressuscitado?
De quem Jesus obteve consentimento para tornar água em vinho?
Há todos os eventos bíblicos nos quais Deus aparentemente agiu (ou agirá conforme profetizado) resultando em grande dano para as pessoas: o dilúvio nos dias de Noé, a morte de Ananias e Safira (Atos 5), o julgamento e punição dos anjos rebeldes e dos pecadores no fim dos tempos.
Chega. Honestamente, eu simplesmente não acho que o ponto de vista de Oord sobre os milagres funciona à luz de todas as histórias de milagres da Bíblia. Do que leio na Escritura, Deus não precisa do consentimento ou cooperação das pessoas para agir poderosamente – até mesmo com milagres. No fim, parece-me que a crítica de Oord ao meu ponto de vista – inconsistências explanatórias – se volta contra ele mesmo, na medida em que ele acredita em todos os milagres da Bíblia ou nos do Novo Testamento, e na proporção em que ele crê que Deus agirá poderosamente no fim dos tempos, para derrotar o mal e estabelecer o governo do Seu reino.
Respeito as intenções de Oord; eu simplesmente não acredito que as exposições dele funcionem como modelo da providência bíblica. Nem acho que elas sejam necessárias. Admito, por exemplo, que o motivo pelo qual Deus intervém para curar uma pessoa em alguns casos, mas não em outros, é realmente um mistério. Todavia não acho que Deus seja arbitrário. Concordo com E. Frank Tupper em seu magistral A Scandalous Providence: The Jesus Story of the Compassion of God (Mercer University Press), que, em todos os casos de tragédias e sofrimento de inocentes, Deus “faz tudo que pode fazer”, dada as particularidades da circunstância. Juntar-me-ia a Greg Boyd, em Deus é Culpado?, que somente Deus conhece as leis que governam suas intervenções, mas há leis que, se nós as conhecêssemos e entendêssemos, explicariam tudo.
Claramente discordo com o modelo da providência divina proposto por Oord, assim como ele discorda do meu. E como ele coloca meu ponto de vista junto com o de Cottrell e Plantinga, em um modelo denominado capacita e sobrepuja, então eu colocaria o modelo dele em uma categoria e a chamaria de teologia do processo, mesmo não sendo exatamente como as dos teólogos dessa teologia (Cobb, Griffin, etc). Suspeito que Oord embriagou-se profundamente nos poços da teologia do processo e está tentando talhar uma ideia da providência divina que não vá tão longe como essa teologia, mas satisfaz a todas as questões básicas dela. A preocupação básica que dirige a ideia de Oord e dos teólogos do processo é: por que Deus não intervém poderosamente para impedir o mal acontecer? Mas tanto para Oord, como para os teólogos do processo, a resposta que eles estabelecem custa muito em termo da liberdade e poder de Deus.

Entretanto, havendo exposto isso, diria ainda que não considero a opinião de Oord heresia. Ele a interrompe bem próximo do que julgo heresia na teologia do processo – panenteísmo, a dependência que Deus tem do mundo para efetivamente ser (em oposição a potencialmente ser). Se me perguntassem, eu votaria na ideia de Oord como consistente com a teologia bíblica-evangélica cristã, mesmo que eu considere que ela seja errada vai bem longe em direção à teologia do processo. Para mim, o modelo de Oord é apenas um passo de bebê em direção à teologia do processo, mas não é culpado da heresia que faz dela não ser bíblica, não evangélica e mesmo não cristã.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Encontro de Avivamento Bem-sucedido e uma Maravilhosa Resposta de Oração.


Tradução: Miquéias De Oliveira
Revisão ortográfica: Plabyo Geanine 

Red Campbell e sua esposa estão agora viajando com o Sr. Parham e ela tem nos dado uma breve menção de suas reuniões de costa a costa.
O trabalho na Califórnia terminou com uma semana de boas reuniões na Igreja Cristã do Advento de Colton, Califórnia. Foi uma grande benção para muitos dos corações sedentos. Depois de ter visitado outros lugares tivemos uma grande reunião de despedida em Burbank.
Da Califórnia, nossa festa foi então para Phoenix, Arizona, e tivemos uma grande reunião que durou dez dias; muitos ficaram para ouvir a mensagem do Irmão Parham e a grande tenda ficou cheia de pessoas procurando salvação e cura. Depois de ter saído de Phoenix, todos nós nos juntamos com o Irmão Wilfred Parham e sua esposa em um belo encontro na Primeira Igreja Batista em Deming, Novo México. Aqui os encontramos fazendo reuniões matinais de oração com uma boa afluência de pessoas. Vários eram salvos, outros curados e um homem entregou sua vida ao ministério. Vários ministros de Deming foram a esse encontro. A mulher do pregador Metodista foi curada anos atrás, e o pregador Batista, Wiley Wilkerson, havia sido salvo em um encontro liderado pelo irmão Parham em Temple, Texas.
Wilfred e Alice Parham, e também a mãe dela, a senhora Wilson, chegaram em Baxter Springs em tempo para estar conosco para o encontro de aniversário do irmão Parham, que aconteceu no parque. Muitos músicos e cantores fizeram parte do belo programa musical. O irmão Parham pregou; ainda outros pregadores e obreiros falaram durante a programação daquele dia. Um grande banquete foi posto sobre a grama do lindo parque.
A noite o teatro encheu até o limite de sua capacidade máxima para ouvir Wilfred C. Parham e sua esposa, Alice W. Parham, a mulher evangelista. Eles receberam uma calorosa recepção de uma plateia apreciativa.

A grande convenção nacional foi então sediada em Cherry, Kansas, com centenas de pessoas comparecendo e muitos foram lindamente salvos e abençoados nessa reunião.
No fechar da convenção, nossa festa foi então para San Saba, Texas, por um encontro de alguns dias. Um avivamento flamejante passou por todo aquele lugar e muitos foram salvos, curados e cheios com o Espirito Santo; por volta de 30 pessoas foram batizados nas águas. Depois que saímos, a Irmã M. E. Daley continuou a reunião com grande sucesso.
Nós então ficamos duas noites em Temple, Texas; o parque da cidade tinha sido reservado e um gracioso número de pessoas estava presente para a primeira noite; na segunda, uma chama de avivamento passou pelos que lá estavam.
Muitos ergueram suas mãos desejando oração para serem salvos; além disso, uma fila muito grande veio à frente para receber uma oração de cura.
Duas noites em Gay Hill, Texas, com grandes multidões indo aos cultos. Então fomos para Bellville, Texas, onde conseguimos a casa de ópera. No sábado e no domingo em Hemstead, Texas, vieram um grande número de pessoas de Houston e das cidades da região. Foi realmente uma festa de grandes acontecimentos; muitos foram salvos e alguns maravilhosamente curados.  Então fomos a Waller, Texas, onde um número significativo veio a frente para cura e salvação. Fomos então para Katy, Texas, para dois dias de encontros; nesse lugar a vida do irmão Parham foi ameaçada várias vezes, mas o Senhor sempre o protegeu.
De lá partimos então para Houston. Aqui todo espaço possível de ter alguém estava cheio. Velhos convertidos de 20 anos aglomeraram-se ao lugar; depois dos testemunhos, o irmão Parham foi maravilhosamente inspirado a pregar.
Então fomos para Alvin, Texas, e depois, Angleton, Texas, onde eles conseguiram assegurar o auditório da escola para fazermos o encontro, a segunda noite; vinte e uma pessoas estavam com suas mãos erguidas para receberem oração e muitos se aglomeraram no altar; vários vieram para cura. Nós então saímos para Galveston, Texas, para uma reunião de uma noite.
A grande convenção foi então sediada em Houston, Texas; muitas almas foram salvas. Os ministros presbiterianos e metodistas nos ajudavam.
Depois de se despedir da terra do Sul saímos para o Estado de Michigan, onde um número de campanhas foi realizado. A primeira foi em Charlotte com a querida Lang; um número de pessoas foi abençoado e curado incluindo a neta de Lang, a senhorita Beatriz Lang, que foi maravilhosamente curada de um problema no coração. Então fomos para Port Huron e Detroit e, depois, fomos à uma convenção em Lansing, onde muitos foram maravilhosamente abençoados.
Nós, então, começamos uma campanha em uma linda capela em Grand Rapids que está sobre a liderança do irmão e a irmã B.M. David. O irmão David é da Pérsia e tem trabalhado em prol do Evangelho por cerca de vinte anos. Algumas maravilhosas curas aconteceram. Um homem que estava cego de um de seus olhos por 12 anos foi curado. Ele também foi curado do vício do tabaco na reunião em Charlotte, Michigan. Uma mulher foi curada de câncer.

A reunião da vigília pelo Estado foi então em Battle Creek, com o irmão e a irmã Branch liderando o trabalho lá. Reuniões preparatórias ocorreram no salão normal, mas a vigília, que era para trazer muitos de outras cidades, aconteceu no salão G.A.R., o qual teve a sua capacidade máxima preenchida.
Esse foi o 26º aniversário do derramamento do Espírito Santo nestes tempos, e tivemos um período muito bom neste evento. A tarde passou tão rápido sem qualquer interrupção que quase não conseguíamos acreditar quando alguém anunciou que já beirava a meia noite.
Ao findar o velho ano e iniciar o novo, nós tomamos parte da Santa Ceia do Senhor, com todo seu maravilhoso significado para aqueles que creem em Cristo Jesus. Ajoelhados, unidos em uma só voz, fizemos uma oração em volta do trono. Na casa do irmão Parham em Baxter Springs eles também estavam fazendo uma vigília; dali, nos telegrafaram boas-vindas ao ano novo.
Partimos para Kalamazoo, Michigan, com o irmão Bliss, na igreja Tabernáculo da Vitória, para reuniões de uma semana. Tivemos reuniões também de duas semanas em Alma, Michigan, de 16 a 30 de janeiro, com um bom número de pessoas vindo, mesmo com o clima muito ruim de neve e gelo. Também tivemos reuniões antes de irmos para o Leste, em Michigan. O irmão Parham falou: “eu tenho sido convencido de que nenhuma reforma para a melhora do homem terá utilidade eterna para raça humana caso isto não começar com uma verdadeira conversão e uma verdadeira mudança do coração”.
Alguns velhos amigos do irmão Parham escreveram de Nova Iorque pedindo por uma campanha, então tivemos os nossos próximos encontros em um salão no Oeste de Nova Iorque, com o irmão e a irmã Boyle. As multidões rapidamente superlotaram o prédio; conseguiram a igreja Trinity Reform, a maior no oeste de Nova Iorque, para os cultos de domingo.

Fomos à um grande culto, unidos com outras igrejas, na Presbiteriana da quinta avenida, onde muitos ministros foram para ouvir a menina evangelista, Uldine Utley, que havia conquistado Nova Iorque com sua mensagem simples sobre a salvação.
Em 11 de fevereiro tivemos um encontro de cura no Tabernáculo Glad Tidings, um dos maiores nos EUA, sobre o comando do irmão e da irmã Robert Brown.
Este trabalho havia começado com os colaboradores enviados pelo irmão Parham durante os encontros que aconteceram em Zion City, Illinouis, em 1906-1907; ele veio aqui mais tarde e os ajudou em seus trabalhos no começo.
De pequenas missões de rua a rua, esse trabalho havia crescido debaixo do espetacular cuidado da irmã Marie Burgess Brown e seu esposo, Robert Brown; essa era uma das obras que mais crescia no mundo Pentecostal.
Muitos foram maravilhosamente salvos nas reuniões que ocorreram em Nova Iorque; diferentes nacionalidades estavam presentes, incluindo uma mulher judia, que trouxe uma criança afligida para receber oração; ela falou que acreditava em Jesus Cristo e que ele podia curar a criança dela.

O senhor Parham e sua comissão evangelística saíram de Nova Iorque em 09 de março para voltarem para casa.
O senhor e a senhora Fred Campbell foram à Wichita, Kansas, e o senhor Parham retornou para sua casa em Baxter Springs, Kansas.
Quando Rolland Romack foi morto na França desistimos de continuar imprimindo a revista periódica Fé Apostólica, pois não conseguíamos achar alguém para ocupar o lugar de Romack; porém, na primavera de 1925, começamos a publica-la novamente.
O senhor Parham escreveu o seguinte para a Fé Apostólica: “Ao voltar para casa de nossa refrescante viagem à Nova Iorque investimos dias e noites para a visitação dos hospitais onde, por vezes, a pedido de indivíduos ou da ala do hospital, fomos lá orar com os aflitos, vendo resultados graciosos”.
Um grande encontro encheu o maior teatro que há em Baxter Springs; depois houve outro no auditório da Market Square em Joplin, Montana, seguido por dois grandes encontros na cidade de Webb e Prosperity, Montana. Tivemos um encontro que durou o dia inteiro em Stella, Montana, onde pessoas vieram de muito longe.
Partimos em direção ao oeste para animar e abençoar as pessoas. Passamos uma semana em minha cidade natal, Cheney, Kansas.
Aqui vieram muitos que haviam sido meus amigos de infância e da escola; o último domingo foi o melhor dia, com uma grande multidão e muitas bênçãos e maravilhas acontecendo com as pessoas.
Tínhamos agenda para cumprir no oeste de Oklahoma e em Texas, então, deixando o irmão e a irmã Campbell em Wichita para descansarem, fui com toda força para o oeste e encontrei grandes multidões esperando no grande salão da Olive Meeting House.
Rapidamente ficaram sabendo que eu havia chegado, especialmente o pessoal de Booker, Texas, que recentemente haviam comprado uma casa-escola e queriam que eu pregasse pelo menos uma noite; decidi dar-lhes um dia. Domingo chegou e foi grande a multidão que encheu o espaçoso do auditório o dia todo.
O irmão McCorkle tinha começado a fazer os encontros em Dessaurette, Texas, e implorou por uma ajuda; fui lá por duas noites. O diretor das escolas liderou o louvor e me pediu para falar no culto da escola usando o tempo que eu quisesse. Depois, ele veio a mim e me falou que, por uma hora e nove minutos, nenhum aluno sequer piscava o olho enquanto eu falava dos erros e dos perigos da teoria da evolução.
Ele me implorou para que eu ficasse mais um pouco para falar na próxima manhã; naquele dia pelo menos duas horas foram consumidas mostrando a localidade atual das dez tribos perdidas de Israel e localizando os gentios e os pagãos. Toda a escola estava realmente muito interessada.
Havia prometido dedicar ao Senhor o novo e lindo templo Light House que havia sido construído em Burbank, Califórnia. Lá também eu recebi dois telegramas de Reuben Davis pedindo para que eu corresse para a Califórnia, pois seu pai havia perdido a razão e eles queriam que eu orasse por ele.
Então, fui sozinho em meu Ford para a Costa em direção à Califórnia. Parei para um encontro que durou uma noite em Amarillo, Texas.
Hereford, Texas, foi minha próxima parada e, sendo sábado, falei nas ruas com uma multidão de pessoas. De noite, o grande auditório da Court House estava cheio.
Em Roswell havia uma grande multidão que me esperava e tive grande felicidade em ministra-los. Daqui parti para a Califórnia.
Eu havia anunciado um encontro que ocorreria durante duas semanas em Corona e, chegando na Califórnia, encontrei tudo pronto para o encontro; o Senhor me abençoou grandemente com uma palavra para entregar a eles. Muitos velhos convertidos foram regenerados e muitos outros entraram para a fé em Jesus. O bispo Allen estava conosco para o fim de semana e foi de grande ajuda para nós.
Em uma noite, um moço de uma cidade longínqua veio ali pedir oração para o pai dele, que estava morrendo; então, imediatamente, começamos a orar; o pai dele foi curado e ele voltou à fé.
Um homem veio cheio de almofadas de Glendale, Califórnia (aproximadamente 112 km de onde estávamos); estava doente já havia um grande período de tempo e não comia comida sólida havia duas semanas. Ele também foi curado e passa bem.
Fomos então à Burbank, no dia 12 de Maio, onde consagramos a linda e nova igreja deles ao Senhor e tivemos um encontro que durou duas semanas.
Depois das reuniões aqui, visitei mais lugares, enquanto sempre chegavam vários pedidos implorando por encontros por uma ou duas noites em muitos locais no Sul da Califórnia. Foram grandes bênçãos que caíram sobre os corações enquanto íamos de missão a missão. Então, muitos foram curados e, quando ouviram do poderoso milagre de libertação operado no irmão David de Long (que foi libertado do setor dos incuráveis do sanatório), eles também tiveram fé para a cura de suas enfermidades.
Vim à Califórnia com o intuito de orar para o meu velho amigo James David quando eu ouvi de sua situação e de seu confinamento. Ele começou a ouvir uma voz que afirmava ser Deus falando com ele; uma voz sedutora, a qual dizia que, se ele se entregasse completamente, se sentiria mais leve, e também que ele seria um grande obreiro.
Isso era realmente o sonho que o irmão David queria, então ele foi levado a se entregar cada vez mais a este espirito, acreditando ele este ser Deus. Este espirito então falou a ele muitas verdades; até o levou a uma vida de pensamentos religiosos e boas atividades, até que conseguiu a sua total confiança. Mais tarde ele sentiu uma mão sobre sua cabeça e, depois daquele momento, tinha então um peso ali; mas ainda assim continuou sendo enganado que aquele espirito era Deus; se sentiu abençoado mesmo com aquele peso.
Então, aquele espirito ganhou poder total e David se tornou um maníaco gritando e usando de palavras torpes; ameaçando e sendo violento contra os policiais que tinham ido lá por causa dele. A família, em grande dor, me ligou para orar; sempre entravam em contato para me falar do estado do irmão David.
Eu estava no oeste de Oklahoma; entrei em contato e avisei que eu iria direto para lá, pois eu sempre respondi a um pedido de ajuda dos meus amigos. Ele iria ser colocado em um sanatório do governo como incurável, mas, quando eles receberam o meu aviso de que eu iria, conseguiram colocá-lo em um sanatório particular (porém com um grande custo) enquanto eu não chegava.

Em três dias ele tinha sido liberto e, no quarto dia, foi a um encontro em Corona que durou o dia todo; foi então liberado pelo asilo, completamente liberto e sem sinal de qualquer problema. Depois que os médicos haviam falado que ele nunca ficaria melhor, Deus operou na vida dele.
Estou terminando minha campanha aqui e me preparando para ir à Polar, Texas. O irmão Davis e sua linda família estão me acompanhando a este próximo encontro e também me acompanharão ao encontro Nacional do Ministério, em Baxter Springs, Kansas.
Desde o primeiro dia do encontro em Polar houve muito poder e grandes bênçãos no encontro. Tivemos dois cultos no primeiro dia; como resultado, vinte novas conversões e, além disso, muitos foram santificados e curados. Com apenas uma noite de exceção, todas as outras tiveram um altar duplo, com nove metros de largura, cheio de pessoas sedentas e orando como somente pode ser visto em Polar; algumas noites tivemos cultos de oração com os homens a noite toda.
As pessoas de outras denominações se juntaram conosco com todo o coração nestes cultos, e vencemos com grande união; todos falavam que este foi o melhor encontro que o país já conheceu. O testemunho do irmão Davis, que tinha recentemente sido liberto da insanidade, convenceu muitos dos que desacreditavam da continuação do dom de cura. Cinco receberam o batismo do Espírito Santo durante dois dias da reunião.
Muitos evangelistas e obreiros de lugares diferentes estavam aqui. Todos regozijaram do grande trabalho que havia ocorrido, e a fé em Jesus começava a ultrapassar as fronteiras.

Paramos para muitos encontros em muitos lugares no Texas e Oklahoma, e passamos duas noites (dia 3 e 4 de julho) em Buffalo, onde consagramos o novo tabernáculo deles.
Parando também em outros lugares chegamos em casa e também consagramos o novo trabalho que ali havia se iniciado, em Baxter, no dia 10 de julho.
E agora, tudo está pronto para acontecer aqui o encontro nacional, de 16 de julho à 16 de agosto.
Pedi então para o irmão Davis contar seu testemunho. Abaixo segue um pouco da sua história, bem como relatos de suas viagens conosco.
“Eu me sentia como um bêbado e muitas vezes colocava as mãos em minha cabeça; ela estava tão quente que chegava a quase queimar minhas mãos. Quando estava melhorando, este demônio, que me controlava, falou que eu estava com pressão alta. Então clamei ao sangue de Jesus e o demônio rapidamente me prendeu. No hospital, fizeram alguns exames, inclusive de sangue e estava 100 % puro; não conseguiam achar nada de errado com minha cabeça. Outras pessoas não conseguem ver os demônios em você, mas pessoas insanas conseguem os ver e ouvi-los. Muitos falam que o diabo não existe, mas há um demônio pessoal assim como há um Deus. Este demônio que estava me controlando mostrou-me muitas verdades sobre a Bíblia; e fez isso para poder me enganar. Este espírito fingiu ser o Espírito Santo e me contou coisas que haviam acontecido quando eu ainda era criança (que eu havia até esquecido; ele me trouxe à memória novamente). Falou-me tudo sobre meus parentes e amigos que haviam morrido. Ele me contou sobre a esposa do meu irmão, que havia morrido há trinta ou quarenta anos. Muitas vezes falamos que o diabo não sabe de nada, mas eu escutei a voz de uma menina com a qual estudei quando éramos crianças. Ela está morta há vinte e cinco ou trinta anos, mas eu e ela conversamos sobre tudo o que aconteceu há quarenta anos. Aquele demônio conseguia falar como se ele fosse a tal pessoa morta, pois ele conversava e ria como esta menina. O espiritismo é do diabo porque, quando eles pensam que estão falando com seus conhecidos que morreram, em verdade estão falando com um demônio; devemos ter muito cuidado com o que fazemos; o diabo conhece muito sobre nós também. Quando fui colocado pela primeira vez no hospital, colocaram-me em uma cela, algemaram-me e amarraram meus pés na cama. Esse demônio então falou: ‘fique quieto porque eu vou te soltar’. Assim que eles saíram, ele me falou onde colocar as minhas mãos e o que fazer com a chave; senti a chave cair, então ele falou: ‘agora, na frente’; a algema abriu e eu a tirei, desamarrei meus pés e me levantei. Depois disso o demônio disse: ‘agora, bata naquele que te amarrou, bata nele com a algema’; eu o fiz. Algumas pessoas diriam que o diabo não consegue falar, mas ele falou comigo e me disse o que fazer. Há muito do seguinte ditado de que ‘o Senhor me falou isso e aquilo ou me mostrou tal e tal’. Muitos destes casos são, em verdade, o diabo falando com as pessoas. Sabemos que o diabo certamente consegue falar e nem sempre fala mentiras. O alvo dele é te enganar. Ele te dirá algumas verdades para você acreditar em muitas mentiras. Havia vinte e dois dias que eu estava fora de casa. O Senhor calou as vozes dos demônios e os impediram de falar mais, tão rápido como desligar um rádio. Eu amo muito o irmão Parham; você pensaria que eu ficaria feliz em ver ele quando foi orar por mim; mas não, o diabo não queria que eu tivesse qualquer contato com os verdadeiros filhos de Deus. Quando fiquei muito ruim, meus parentes ligaram para o irmão Parham. Ele estava em uma pequena cidade no Texas. Então ligou de volta para avisar que estava indo orar por mim. Sozinho, o irmão Parham começou a sua viagem ao Oeste. Deus certamente estava com ele. Ele falou para seu Ford (que ele deu o nome de Billy): ‘Billy, você vai ter que ser forte; vamos à Califórnia correndo, o irmão Davis está doente e precisa de nós.’ Deus já estava respondendo suas orações mesmo antes dele chegar. Meus parentes mantiveram-me em um hospital particular (sabendo que Deus iria me libertar) com altos custos. Quatro dias depois que o irmão Parham veio me ver, meus parentes me levaram à Corona, Califórnia, para um encontro que estava acontecendo durante o dia inteiro, prometendo me levar de volta antes as 18h00. Na quarta-feira seguinte fui liberado a voltar para minha família. O Senhor me abençoou grandemente. Cada um de minha família achegou-se mais próximo de Deus. Pearl recebeu seu batismo, Reuben renovando sua experiência e minha esposa e eu estávamos regozijando por tudo aquilo que Deus havia feito. Saindo de Polar e passando por Amarillo, Texas, iriamos parar para ver alguns amigos do irmão Parham que ele sempre via quando estava em missão e encontros em Amarillo. Minha esposa estava com vergonha, pois este havia sido o dia mais poeirento de nossa viagem; estávamos muito sujos. Ela reclamava e pedia para irmos em algum lugar para poder nos arrumar, mas para nossa surpresa, um dos amigos do irmão Parham era prima da minha esposa, a senhora J. Means, que há anos não tínhamos notícias. Ela não acreditava em nada, mas foi curada e agora ela tinha se tornado uma serva de Deus. O irmão Parham ficou muito feliz em ver elas se reencontrarem.  Dali paramos em Buffalo, Oklahoma no dia 4 de julho. O irmão Parham estava se sentindo muito bem e pregou umas das mais magníficas pregações de nossas viagens. Muitas almas foram salvas e curadas em cada culto. Fomos em seguida para Cheney, Kansas parando na Mother Walkinshaw Parhams, e tivemos cultos. O Último encontro de nossa viagem foi onde conhecemos o irmão Fred Campbell em Wichita, Kansas, o qual o irmão Parham ama muito, pois passaram muitos anos servindo juntos. Chegamos em Baxter Springs onde tivemos o prazer de ir ao grande encontro nacional. Já havia muitos anos desde o último encontro, e nenhum tinha sido tão bem frequentado como este; muitos vieram de perto e de longe acampando nas redondezas. No início, um silêncio de Deus e a presença do Espírito Santo foi notada; havia perfeita união durante todos os cultos nas quatro semanas do encontro nacional.  Grandes cultos ocorreram durante o dia: muitos jejuavam e cultos de oração que duravam a noite toda eram muito comuns. Maravilhosos milagres ocorreram. Um homem veio ao altar aleijado e usando muletas, foi maravilhosamente curado e salvo e, deixando as muletas no altar, foi a todo canto do local pulando e louvando a Deus. Durante as últimas duas semanas, alguns receberam o batismo do Espírito Santo quase todos os dias, enquanto todas as noites muitos foram salvos.
Muitos ministros estavam aqui de todas as partes dos EUA, entre eles, Abbie Morrow Brown, de Los Angeles, Califórnia, cuja visita à convenção foi uma grande benção a todos. Ela disse que nunca tinha visto um culto de comunhão tão maravilhoso, quando centenas participaram do pão e do vinho, na tarde do último domingo; nem havia visto um culto tão poderoso como o da última noite em seus 50 anos de ministério.
Já por algum tempo, o irmão Parham estava sentindo que deveria ir em uma viagem à terra santa, e agora ele iria fazer exatamente isso.
Começando no dia 21 de agosto, ele conduziu um encontro de duas semanas em uma escola em Nelson, Montana. Conduziu também um em Colorado Springs, em setembro, e outros em Moorefield, Nebraska, em Outubro.
E por esta altura ele já havia decidido ir à Palestina; no dia 3 de dezembro parou em Wichita, onde Mack Wyatt estava conduzindo um encontro, e houve uma reunião de despedida com seus amigos lá, com muitos dos seus velhos amigos vindos de Cheney. Ele, então, retornou para a casa para fazer seus arranjos finais.”



CONSAGRAÇÃO
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional”. Romanos 12:1

“Enquanto escolhemos, não estaremos dispostos; consagração cede a todos; consagração significa obediência a todo chamar do Espírito. Seja morrendo, seja vivendo a morte de si, e a vida em Deus; seja trabalhando, ou esperando pacientemente, ou em submissão pela vara da correção. Seja a entrega total. Não nos atreveremos a perguntar o porquê Deus dá a nossa fé grande teste ou nos atribuiu tão difícil tarefa; estamos aqui para sermos aperfeiçoados; somente Deus pode ver as nossas necessidades; as joias mais raras precisam de mais trabalho. O trabalho de Deus somos nós.”

Essa foto foi tirada da familia Parham antes o senhor Parham foi À Nova Iorque. Ao lado de Parham na fileira da frente está as três noras, a senhora Parham e suas duas irmãs Lilian e Lilian Thistlewaite.
A fileira acima de esquerda para direita, o neto, Charles; o genro, Ernest E. Rardin; e a filha, Esther Rardin. E os quatro filhos, Chude, Wilfred, Philip e Robert.Charles F. Parham - A Vida de Charles F. Parham capitulo 31.