Carta
aos irmãos Pentecostais
Lutando pelo equilíbrio e pela ética na
Igreja.
A Graça e a Paz do Nosso Deus sejam com todos
os irmãos em Cristo Jesus.
Sabendo que estamos nos últimos dias da
Igreja de Jesus nesta terra, preocupa-me o rumo que muitas igrejas tidas por evangélicas
estão tomando, principalmente as conhecidas por pentecostais.
Um fato que traz luz ao assunto é que o cristianismo
brasileiro, infelizmente, tem sido fortemente influenciado pelos Estados Unidos
da América; por isso, muitas heresias, falsos ensinos e falsas manifestações
foram bem acolhidas por diversas igrejas neste nosso país, tais como: cair
(supostamente) no Espírito (um verdadeiro cai-cai), imitações de animais (galinhas,
vacas, macacos, lagartixas, cachorros etc.), gritos frenéticos, volume do som
ao máximo, pulos, socos nos ares, rodopios, gargalhada sagrada, são alguns
exemplos que posso citar de tal importação americana.
Culto pentecostal virou sinônimo de barulho e
bagunça. Para onde vão com tantas gritarias? Tudo isso - e ainda muitos outros
modismos - sendo feitos em nome do Espirito Santo. Porém, pergunto: isso é cristianismo?
Isso é culto a Deus? Eu vos digo que não! Apesar de ser muito difundido por
igrejas e pregadores pentecostais da atualidade, isso não tem nada a ver com ser
pentecostal, tampouco com o cristianismo bíblico. Isso não passa de confusão e
afastamento das Escrituras (2 Ts 2.3).
Esse tipo de culto tem distanciado muitos
incrédulos, ao invés de atrai-los. Tem somente causado escândalos, visto que
muitos acabam blasfemando o Nome do Senhor por causa de tais atos (Rm 2.24). O culto
a Deus, segundo as Escrituras, deve ser com profunda reverência; deve haver
decência e ordem (1 Co14.40), além de domínio próprio (1 Co 14.32; Gl 5.22).
Em Romanos 12.2, o Apóstolo Paulo ainda diz
que o nosso culto a Deus deve ser prestado de forma racional, i.e., dentro do
domínio e controle da nossa razão, como pessoas criadas à imagem de Deus. Com
isso, não podemos nos descontrolar, caindo à toa, pulando, gritando em tons
ensurdecedores, rodopiando, imitando animais. Outros, ainda, inventam unções antibíblicas:
a do leão, da metralhadora, do treme-treme, do cortador de cana, da loucura de
Jeová.
Onde isso irá parar? Essas coisas se mostram
bastante perigosas; parece-me que a simplicidade do Evangelho não é suficiente
(2 Co 11.3).
Geralmente, os que tentam defender
manifestações esotéricas e estranhas baseiam-se em experiências pessoais, contudo
se esquecem de que tais experiências não são base para se formar uma doutrina,
pois elas são particulares; o que aconteceu com um não deve, necessariamente,
acontecer com toda a igreja. Não é porque o apostolo Paulo foi ao terceiro céu
que Deus deva dar esta experiência a todos. Por outro lado, a doutrina bíblica
é universal; essa sim é para todo o povo de Deus, sem exceção.
O que vemos hoje, em nosso meio, é um
desequilíbrio emocional; as emoções estão em alta, e tornam-se a base
fundamental para que se creia em algo. Basta sentir e pronto, é de Deus. Aliás,
hoje, no culto, tudo é aceito como sendo de Deus; ninguém pode falar nada e muito
menos contestar alguma coisa. No entanto, na verdade, o culto que chamam hoje
de pentecostal, não passa de uma bagunça e baderna.
Isso acontece por quê? Eis a resposta: estão
faltando pregações que exponham a Palavra, estão em falta sermões Cristocêntricos;
o que vemos são shows e entretenimento nas igrejas.
“Porque virá tempo em que não sofrerão a sã
doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme
as suas próprias concupiscências” (2 Tm 4.3). Isso nos mostra o quanto há de igrejas
infantis na fé, e toda criança na fé deve ser educada teologicamente para que
cresça (2 Pe 3.18). A Igreja pentecostal deve ser educada!
Em nosso meio, se o pregador não grita
demais, não lança profecias e revelações, não faz barulho e pula no púlpito,
ele não presta. Se não fizer parte dos famosos pregadores “de fogo”, não tem
nenhuma serventia.
Ainda vemos, em algumas igrejas tidas por
pentecostais, uma falta de bom senso. Não tem hora para encerrar o culto! Não
se importam com os vizinhos ou mesmo com a lei da perturbação de sossego. Isso
é antiético!
Além disso, será que tais pessoas não sabem os
danos que o som em excesso pode causar à saúde dos ouvidos? Já presenciei
casais indo embora antes de terminar o culto, devido ao som estrondoso, e por
estar com criança de colo. Eu os apoio! Muitas vezes, tais igrejas não possuem nem
tamanho, é um espaço pequeno, porém o som é ensurdecedor.
Alguns podem dizer: mas, e os ímpios, não
ultrapassam também às 22h00? Não abusam do som? É claro que sim. Todavia devemos
nós agir da mesma forma? Devemos pagar o mal com o mal (Rm 12.17)? É preciso
responder tais questões? Acho que não. Devemos atrair pela diferença e não pela
igualdade.
Muitos dos pentecostais estão com uma visão
estranha e antibíblica do Evangelho; vivem em um “tô nem aí”. Pelas
extravagâncias, acabam incomodando os vizinhos; som alto demais, barulhos,
gritos. São antiéticos, antissociais, e depois ainda dizem que é o inimigo que
está se levantando.
Falo isso porque o zelo pela casa do Senhor
me consome (João 2.17). Sei que poderei causar incômodo a alguns, pois,
infelizmente, estão adaptados e acostumados a esse tipo de culto e de
Evangelho. Cresceram ouvindo que “pentecostal que não faz barulho está com
defeito de fabricação”. Isso é lamentável.
Se alguém se acha espiritual, espero que veja
que falo segundo as Escrituras. Se não houver quem discirna e julgue estas
coisas entre vós (1 Co 6.5), que esta carta chegue às mãos dos líderes.
Não falo isso com alegria, mas com muita
tristeza. E ainda que esta carta não tenha influência nenhuma, não obtenha crédito
algum, a minha parte eu fiz, “quer ouçam, quer deixem de ouvir” (Ez 2.7).
Porque, a mim, foi posta esta obrigação; e ai de mim se não pregar o Evangelho!
(1 Co 9.16).
Com muito carinho.
Por Diácono Luiz
Igreja Assembléia de Deus Ipiranga
Itapevi – São Paulo
Bacharelando em Teologia
Formando em Apologética Cristã
Revisão textual: Plabyo Geanine
Revisão textual: Plabyo Geanine
Esta carta que leu, eu de fato a enviei a uma igreja vizinha de minha casa. As reclamações dos vizinhos (alguns Cristãos) eram constantes, infelizmente a igreja continua com algo que eles costumam chamar de "Evangelho". Oremos...
ResponderExcluirOuço e leio, alhures, generalizações do tipo "Isso é coisa da Assembleia de Deus". Talvez em Camboriú (terra dos Gideões) ou em Brasília (sede da UMADEB) a farpa seja aplicável, mas convido os antipentecostais a uma visita às ADs pernambucanas. Unção de Toronto, aqui, nunca vi. Conheço de perto o ministério da minha igreja e garanto o que digo. Mais respeito, por favor!
ResponderExcluirGraça e Paz meu irmão. Fico muito feliz de participar de um ministério Pentecostal e Assembleiano sério. Eu conheço Igrejas sérias apesar de serem raras.Sou Pentecostal e respeito às Assembléias de Deus. Mas jamais irei fechar meus olhos e me calar diante de toda sorte de heresias que tem adentrado o nosso meio. O que fora escrito no artigo é real e verdadeiro. Para nossa tristeza...
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