O calvinismo, desde o seu surgimento após a reforma protestante, busca divulgar e impor suas opiniões através da força. Como não conseguem convencer por argumentos muito menos pelo Poder do Espírito Santo não foram raras as vezes em que precisaram recorrer à humilhação pública, ameaças e até morte dos seus opositores.
Com o advento das redes sociais tais embates longe de terem um fim acabaram se intensificando, e com o diferencial de que agora os leigos participam. Não são poucos os sites, blogs, páginas e grupos que usando o pretexto de defender a sã doutrina estão mais é fazendo proselitismo calvinista. Alguns deles até possuem um bom discurso em relação a buscar uma forma de viver o Evangelho mais focado em Cristo do que na satisfação pessoal. Isso de certa forma é louvável como diz Austin Fisher no seu livro “Jovem, incansável, não mais reformado”.
Entretanto, ao fugir do extremo de um cristianismo superficial e antropocêntrico eles estão caindo em um erro pior: o do legalismo e da hipocrisia. Por isso, criticam tudo e todos com o maior rigor possível, mas com os da própria “tribo” geralmente não há críticas, e as poucas que fazem são mais amenas que as dirigidas aos de fora do movimento. Como diz Roger Olson:
“[os neocalvinistas são] uma tribo, e estão totalmente unidos. De alguma forma, formaram a mentalidade de que têm que apoiar uns aos outros por serem minoria em uma cruzada. Qualquer crítica prejudica a causa. Já vi o mesmo ocorrer entre as feministas e defensores da teologia negra... Você ganha todo tipo de elogio quando critica os de fora, mas jamais quando faz o mesmo com os de dentro. Existe um sistema no qual, se você é jovem e recém-chegado às fileiras, ganha pontos por criticar ou expor os de fora do movimento, mas não é da sua conta criticar os que estão acima de você dentro do movimento.”
Algumas críticas que os calvinistas fazem aos ateus e secularistas e aos exageros do movimento neo pentecostal até são pertinentes. No entanto, esperaríamos ver críticas de igual medida em relação à história do calvinismo que foi responsável por mortes e ditaduras ao longo da história, ao liberalismo teológico, à teologia da missão integral (TMI), aos que pregam contra a prosperidade e vivem na riqueza... Essas críticas não existem ou são inexpressivas. Faz até lembrar certas advertências que o Senhor Jesus deu aos fariseus e mestres da lei:
“Guias cegos! Vocês coam um mosquito e engolem um camelo. Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro eles estão cheios de ganância e cobiça. Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo e do prato, para que o exterior também fique limpo. Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície. Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade. Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês edificam os túmulos dos profetas e adornam os monumentos dos justos. E dizem: ‘Se tivéssemos vivido no tempo dos nossos antepassados, não teríamos tomado parte com eles no derramamento do sangue dos profetas’. Assim, vocês testemunham contra si mesmos que são descendentes dos que assassinaram os profetas”. Mateus 23:24-31
Qualquer semelhança não é mera coincidência... Para piorar, de uns tempos para cá, os calvinistas têm visto que suas igrejas não crescem porque pararam no tempo e não evangelizam. Então decidiram que o futuro do crescimento da sua teologia eram as igrejas pentecostais e carismáticas. Com isso buscaram aproximação e foram correspondidos, mas a recíproca nunca foi verdadeira.
Calvinistas pregam em igrejas pentecostais e publicam livros e artigos na internet com toda a facilidade... Agora pergunta se eles aceitam que arminianos e pentecostais ensinem para eles? Com certeza não! Além disso, muitos ainda vivem criticando nossa teologia e tentando implantar o calvinismo e até o cessacionismo em igrejas pentecostais. Isso não podemos aceitar de forma alguma!
Outro exemplo de parcialidade e hipocrisia foi quando o pastor Claudionor de Andrade escreveu em seu facebook pessoal que considerava a Declaração de Fé das Assembleias de Deus (que está para ser lançada) excelente porque é bíblica, arminiana, wesleyana e pentecostal:
“A Declaração de Fé das Assembleias de Deus, em fase final de elaboração, tem estas características: bíblica, arminiana, wesleyana e pentecostal. É um documento teológico de excelência”.
Calvinistas criticaram e fizeram o maior estardalhaço, mas eles não refutam Charles Spurgeon que disse que o calvinismo é só um apelido para o Evangelho. Mais recentemente o pastor Paulo Junior pagou um mico ainda maior ao dizer na “Consciência cristã” da VNACC que se alguém não interpretar como calvinista é um herege.
Ninguém está defendendo os exageros neo pentecostais e até pentecostais. O que gostaríamos de ver é a mesma energia que os calvinistas têm para nos criticar sendo usada em relação aos erros e excessos do seu próprio movimento. Caso contrário, tal pretensa defesa do evangelho e da sã doutrina só será mais um exemplo claro de hipocrisia.
Amen si esverdad
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